SER PAI, UM BREVE TESTEMUNHO.




SER PAI, um breve testemunho.


Meu nome é Dag Henrique Gabler, feito filho de Deus por meio de Cristo Jesus, marido de uma esposa virtuosa há 26 anos, pai de três filhos abençoados dos quais muito me orgulho, empresário, presbítero da igreja... totalmente consciente de que tudo o que alcançamos até aqui é fruto da graça de nosso Pai Celeste que em sua bondade nos tem conduzido ao arrependimento e à obediência.

Certa feita em conversa com um irmão em Cristo bem mais maduro que eu, questionava pela razão objetiva para se casar, uma vez que Paulo dizia que ficar solteiro era honroso e que evitaria sofrimentos... a resposta do irmão foi surpreendente para mim. Ele me disse o casamento é o único relacionamento legítimo onde você poderá experimentar algo que só experimentará aqui na terra, não poderá fazer isto na nova Jerusalém. Fiquei curioso por saber do que se tratava e como todo solteiro naquela idade pensei no relacionamento sexual, mas o irmão emendou, só no casamento você terá o privilégio de experimentar o principal atributo divino, a paternidade, o casamento é a única forma legítima aos olhos de Deus de se experimentar na plenitude a paternidade. Explico melhor, é por meio do casamento que gerando filhos, poderemos ser imagem de Deus para nossos filhos, experimentaremos o que significa ser Pai e demonstraremos a nossos filhos o caráter de nosso Pai celeste! Uau! Que tremendo privilégio, pensei. Eu com todas as minhas debilidades, serei capaz de experimentar da paternidade e transmitir a meus filhos o que Deus é em sua essência!!! Por um lado me senti imensamente privilegiado, de outro lado que responsabilidade terrível... o fato é que esta conversa dissipou meus temores acerca do casamento e me apresentou um desafio maravilhoso de experimentar esta paternidade e viver este privilégio. Poucos anos depois me casaria e iniciaria esta empolgante jornada da paternidade, digo-vos o irmão estava certo, que privilégio tremendo!!!

Interessante que bem antes disto, cerca de seis anos antes, havia participado de um seminário “conflitos da vida”, onde fora instruído de forma muito simples e clara sobre o funcionamento da família, e aquilo passou a fazer parte de minha vida, ao ponto de sendo ainda solteiro e bem jovem, utilizava os ensinos recebidos e instruía casais nos quesitos básicos que aprendera, e aqueles que creram na palavra anunciada, se beneficiaram tremendamente do que Deus pode realizar pela obediência.

Em outra ocasião tive o privilégio de passar dois ou três dias na casa de uma família na Argentina e o que vi me encheu de fé e esperança, os princípios que havia ouvido no seminário, agora eu via diante de meus olhos sendo aplicados e produzindo os resultados esperados, um casal vivendo em harmonia, cinco filhos naturais que simplesmente encantavam quem os conhecia, pela educação, respeito, serviço, obediência, alegria... parecia coisa de cinema, me encantei e pensei, quero isto para minha casa. Tive o privilégio de receber este casal , duas filhas e duas amigas em minha casa anos mais tarde, e confirmar o que vira lá, filhas obedientes, respeitosas e muito felizes, nesta época os meus filhos ainda eram pequenos e muito fomos enriquecidos com este convívio, só para fechar este assunto, este casal teve cinco filhos naturais e cuidou de mais sete adotivos em diversas faixas etárias, todos comprometeram-se com Cristo e servem ao Senhor.

Também não poderia esquecer de que fui criado por pais zelosos e atentos ao que acontecia conosco, para se ter ideia, jamais presenciei uma discussão em voz alterada de meus pais, e sei que eles tinham suas diferenças de opinião... aprendi deles esta lição e inúmeras outras, de novo fui privilegiado por viver em uma família estável, que se respeitava e na luz que tinha buscava viver uma vida reta, diga-se de passagem, conheço famílias com muito mais informação sobre o Reino de Deus que sequer passa perto do que vivemos... certamente tive minhas neuras de adolescente e inúmeras crises em minha mente, mas uma boa semente fora plantada e creio que floresceu. Nestas neuras, uma me ocupou por um bom tempo, eu me ressentia da ausência de meu pai, ele trabalhava demais da conta, era o que sabia fazer para demonstrar seu amor por nós, só descobri isto alguns poucos anos depois de convertido, quando me foi revelado Ml 4:6, daí meu coração se converteu ao de meu pai e nos tornamos bons amigos, batemos bons papos, no fim de seus dias, acometido por grave enfisema pulmonar tive a oportunidade de auxiliar em seus banhos e de fazer sua barba, o que mais senti com sua falta, foi que meus filhos não teriam o privilégio de ter sua companhia e receber do avô aquilo que eu pude receber do meu.

Outra influência de inestimável valor foi meu avô materno, figura única para se ter uma ideia um tio mandou escrever na lápide dele; aqui jaz... viveu em paz com os homens, com Deus e com sua criação. Tive a riquíssima experiência de viver com meu avô até os dezesseis anos de idade, quando ele partiu aos 93 anos, com ele passava horas ouvindo histórias de bois, exposições, causos dos antigos, brincava com um sacolão de moedas antigas, construímos galinheiros, andei de cavalo, e mais no fim de suavida, fiz sua barba e cortei seu cabelo, ele era portador de uma paciência enorme e como ele dizia eu era muito “estabanado”, ainda não me livrei deste mal, e é o que me impede de ser um bom artesão, falta-me a paciência e a meticulosidade necessárias a transformar as coisa naquilo que imaginei, aliás este é também meu problema com o futebol, a dança etc... minha pequena cabeça vai muito adiante de minhas habilidades físicas, aí a frustração vem e paro o que estou fazendo.

Minha mãe, outra figura de inestimável valor, tinha suas debilidades, a que mais me irritava era que se ela achava algo bom, isto seria bom para todos (tenho percebido que não era só ela, parece que isto é meio que universal no meio das mulheres...), mas o fato é que ela era incansável em suas responsabilidades, cuidava de toda a família, da casa e ainda moravam conosco meu avô e uma tia enferma que dava muito trabalho, além disso sempre haviam parentes do interior e outras pessoas que nos procuravam para serem encaminhados a hospitais e médicos, nossa casa sempre foi muito movimentada, aprendi a hospitalidade com ela, bem antes de ouvir esta palavra nas escrituras... interessante que em meio a toda esta atividade, ela encontrava tempo para se dedicar ao Senhor e aos irmãos, a capacidade de se encantar com as pequenas e grandes coisas da natureza, o deslumbramento com as maravilhas da criação, seu entusiasmo com viagens e com novas descobertas, uma mulher virtuosa sem dúvidas.

Lembrando destas coisas sou obrigado a dizer, muitíssimo obrigado Senhor, nada disto foi mérito meu, não merecia nada, e me deste graciosamente tudo. Ajuda-me a de alguma maneira abençoar a famílias nesta geração, toda esta riqueza não pode ficar retida em mim. Ajuda-me!

Teria ainda muitas outras boas influências a citar, mas fico por estas que foram as principais.

O resultado de tudo isto é que quando nos casamos, minha esposa e eu, desejávamos cumprir o propósito de Deus para a família, em sua plenitude, cremos de todo o coração nas declarações bíblicas acerca da bênção que são os filhos e também na sabedoria divina repartida em  sua Palavra sobre como deveríamos instruir e educar nossos filhos e também na suma importância de sermos nós o seu primeiro modelo do que é ser de Cristo, nossos três filhos foram desejados e amados antes de serem concebidos e foram recebidos como um presente das mãos dos Pai, que nos incumbiu de cuidar daqueles que lhe pertencem para apresenta-los de volta a Ele no tempo devido, talvez esta seja a parte mais dura de toda a experiência, saber e agir de acordo com a verdade de que aqueles a quem tanto amamos e nos devotamos, na verdade não nos pertencem, mas são propriedade do Altíssimo e portanto não temos o direito de agirmos segundo o nosso entendimento, mas temos a suprema necessidade de perguntarmos a Ele o que fazer, como fazer etc... nossa sabedoria e conhecimento naturais são insuficientes e inadequados a tão gloriosa tarefa, a pseudo sabedoria dos sábios deste século, pior ainda. Somente quem criou e designou tem o necessário a nos socorrer no desempenho deste serviço.

Mesmo sabendo disto tudo, iniciamos nossa caminhada com muitas incertezas, medos, inseguranças, mas o que fazíamos ou deixávamos de fazer era feito por fé. Na certeza de que Deus de alguma forma interviria e nos orientaria em cada circunstância, podemos dizer hoje que com certeza esta fé foi comprovada e mostrou-se adequada.

Uma chave que nos abriu inúmeras portas foi descobrir Mt 6, aprendemos cedo que nossos filhos seriam educados para satisfazer ao Senhor e não aos homens, buscamos sempre a aprovação divina, sem nos preocuparmos em mostrar nossos filhos aos homens, não os poupamos de nada, tampouco os expusemos indevidamente. Grave mal causamos a nossos filhos quando os educamos para ficarem bem diante dos homens, corrigimos o seu comportamento para que vejam os “filhos do pastor”. Iisto é morte. Eduquemos nossos filhos para que sejam aprovados por Deus, não pelos homens. Neste sentido foi de imensurável ajuda a leitura do livro “pastoreando o caroção das crianças”, uma verdadeira pérola que nos deu clara orientação de focarmos o coração, o íntimo, e não o comportamento. Afinal nosso propósito é criarmos cidadãos do céu e não meninos bem comportados para uma sociedade doente, somente pessoas com um coração forte e bem estabelecido serão de real utilidade nesta terra, rapazes e moças bonzinhos não suportarão a pressão dos tempos.

Nossos três filhos foram criados naquilo que entendemos e cremos ser a disciplina e admoestação do Senhor, foram profundamente amados, instruídos, ensinados e corrigidos sempre que necessário, ainda hoje nos chamam de radicais, extremados, exagerados e sei lá eu de que mais, mas uma coisa é fato nossos filhos tem clara definição de identidade e de propósito, certamente não se encaixam na definição de sucesso deste século, seja ela a definição dos religiosos ou a dos estudiosos, mas estão todos no Senhor, tem seus dilemas pessoais, e nenhum trauma ou revolta ou quaisquer das neuras que esta “ciência moderna” nos tenta dizer que são consequência do uso da orientação bíblica na formação dos filhos. Esta “ciência” tem mais é que ser contrária à bíblia, pois homens e mulheres que tenham claro em seu coração qual sua identidade e propósito serão altamente tóxicos para o sistema desta terra.

Em nossa tarefa fomos imensamente ajudados por vários irmãos que nos instruíram, participaram de nossas aflições, também por vários livros de valor incalculável, o que dizer de livros como; ouse disciplinar, disciplina um ato de amor, conversa franca, esconde esconde, educando meninos, educando meninas, pastoreando o coração da criança, coração selvagem, a grande aventura masculina, barbarakah, a apostila de fundamentos sobre a família, a família do cristão, e etc... a inestimável contribuição de irmãos que nos ensinaram em público ou em particular sobre este assunto...

Lí de um escritor alemão; para todo o ofício o homem se prepara, mas para o maior ofício de todos, o casamento, ninguém se prepara. Esta é uma triste verdade, as pessoas pensam que para viver uma vida de família, aquilo que aprendemos em nossas casas é suficiente, se tudo que quisermos for repetir o que nossos pais viveram, de uma forma mais pobre, isto é suficiente. Contudo se quisermos desfrutar de tudo o que Deus propôs para a família, temos muito o que aprender, seja com nossos irmãos, com boa literatura, seminários, observação pura e simples de como vivem os que estão próximos de nós em santidade, observação do que é positivo e do que é negativo... ouvindo, vendo perguntando, o fato é que não sabemos como convém e” a graça de Deus se manifestou salvadora educando-nos para que renegadas a impiedade e a perversão, vivamos no presente século, vida sensata, justa e piedosa.”  É verdade, Deus providenciou tudo o de que necessitamos para uma vida em abundância já nesta terra, contudo se nos acomodarmos ao que vemos ao nosso derredor diariamente, continuaremos a viver uma vida medíocre e a contar com a sorte para vermos dias melhores, isto é uma lástima.


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