CABRESTOS E ANTOLHOS.
CABRESTOS E ANTOLHOS.
Para quem não está habituado com
os termos, cabresto é uma peça do arreio do equino que é colocada em sua cabeça
e serve para conduzi-lo ou amarra-lo segundo o propósito de seu cavaleiro, e
antolho é outra peça utilizada para colocar ao lado dos olhos, impedindo assim
a visão lateral do animal e evitando que ele se desvie ou se assuste com
movimentos ao seu lado, utilizado em animais que puxam charretes ou carroças.
Obviamente não temos aqui a
intenção de dar uma aula sobre equitação ou trato de animais, mas de ver lições
que podemos tirar destes apetrechos.
É muito interessante observar que
um animal já amansado fica imóvel quando tem o cabresto em sua cabeça, mesmo
que a outra ponta esteja apenas jogada sobre algum obstáculo, sem amarrar, se o
animal apenas tentasse se mover, ele descobriria que apesar do cabresto estar
em sua cabeça ele poderia se mover para onde quisesse, mas devido a inúmeras
outras ocasiões em que tentou e não conseguiu, o animal já não tenta mais.
Isto me faz pensar em quantas
vezes desistimos de mudar alguma situação em função de nossas lembranças e
experiências, também de nossas fortalezas mentais alimentadas por elas... também
me faz lembrar das inúmeras tentativas de pessoas em colocar “cabrestos”
emocionais, intelectuais, espirituais em outros; seja por meio de medo,
intimidação, argumentação, demonstrações de poder, gritos, gestos, teorias,
teologias, ideologias, etc...
Também é interessante notar que o
animal acostumado aos antolhos, seguirá seguro em seu caminho, desde que bem
conduzido, ele apenas enxergará em frente, sem distrações ou alterações de
curso, seus olhos serão sempre voltados para onde interessa àquele que lhe
conduz.
Ambos apetrechos são utilíssimos
aos que lidam com animais irracionais, mas um desastre se aplicados
figuradamente aos seres humanos, pessoas atreladas a cabrestos e antolhos serão
altamente produtivas e convenientes aos que as manobram, se verão livres de
inúmeras escolhas difíceis, podem até conseguir feitos extraordinários para “a
causa” seja ela qual for, mas, serão ainda pessoas em sua plenitude? Teria
alguém o direito de impor tais meios aos demais? A obtenção de benefícios
justificaria reduzir as pessoas a seres não pensantes?
Por outro lado não estaríamos
todos nós humanos em maior ou menor grau atados a cabrestos e usando antolhos
que nos induzem a inúmeros caminhos e descaminhos? Cabrestos e antolhos
herdados de nossos antepassados, trazidos por nossa formação (ou deformação)
escolar, adquiridos em nossa caminhada seja por onde for que andamos?
Para tudo isto Jesus nos dá uma
saída, que alguns até dirão ser um outro cabresto ou antolho, a diferença é que
estes só são tomados por aqueles que assim o desejam, Ele disse, “eu sou o
caminho a verdade e a vida”, sigamos por ele e sejamos livres nele.
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